O Galo Dono do Ovo

2 de 2
Blogger Genny Xavier disse...
Bela lembrança, meu caro poeta...muitos são aqueles que "cantam de galo" nos tempos atuais...

Mas, já que falamos sobre galos...deixo-o agora com estes versos do poeta brasileiro João Cabral de Melo Neto:

TECENDO A MANHÃ

Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro; de um outro galo
que apanhe o grito de um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.

E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendendo para todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão.

João Cabral de Melo Neto/ “A Educação pela Pedra”

Beijo.
Genny

03 fevereiro, 2017 23:05
 Eliminar
Blogger Manuel Veiga disse...
Genny, minha amiga

valeu mesmo trazer aqui os "galarotes" do Sérgio Godinho!

ficamos a conhecer os galos do grande João Cabral de Melo Neto - galos que eu desconfio não terem capoeira...

beijo
03 fevereiro, 2017 23:15
 Eliminar

Sem comentários:

Sem Pena ou Magoa

  Lonjuras e murmúrios de água E o cântico que se escoa pelo vale E se prolonga no eco evanescente…     Vens assim inesperada me...