sábado, novembro 19, 2016

Murmúrio de Luz.





Do traço ao rosto a mão inquieta
Rumor de palavra. Surda. Murmúrio de luz.
E treva magoada.

Subtis formas. Desvairadas. Eufóricas danças.
Multi-cores. A desenharem-se sob os dedos
Imprecisos. E o indeciso corpo no interior
Do sopro. Alvoroçado.

Tudo se conjuga embora – linhas e cores.
E o olhar de fera. E as prevenidas asas:
 “Anjo da História” a deter a ventania.
E o desastre.

O poeta tão por dentro é apenas testemunha.
O drama está além: na orla de nada!
No fermentar de mosto. E no chamamento
Da água. Granito ainda.
E inquieto lume…

Talvez pela fissura se erga a face dos homens.
E a flor dos lábios. E os braços líquidos.
Generosos. E os punhos.

E rio de cores em que o poeta
Se afunda...

E o poema se faça absoluta claridade.
E os tempos Hora!

Manuel Veiga



Sem comentários:

CELEBRAÇÃO DO TRABALHO

  Ao centro a mesa alva sonho de linho distendido como altar ou cobertura imaculada sobre a pedra e a refeição parca… e copo com...