sábado, julho 25, 2015

A INOCÊNCIA DOS SENTIDOS


Somos inocência dos sentidos.
Carícia talvez em feminis corpos distendidos
Ou impossíveis dedos...

Ou o polissémico azul invertebrado
No dorso da onda a desmaiar
Em espuma breve...

Ou talvez ainda
O choro da criança a reclamar o seio
E o ubérrimo gesto de colhê-la...

Ou aquele velho sentado a remoer silêncios
Enxotando o moscardo e a salivar
Paladares perdidos...

Somos talvez planura de um tempo mítico -
Circulo fechado e nós no centro...

Ou talvez vertigem de sal e sol.
Apenas...

Manuel Veiga 

11 comentários:

Jaime Portela disse...

Somos quase tudo, mas também quase nada...
Excelente poema, como sempre.
Caro Veiga, tenha um bom fim de semana.
Abraço.

Majo disse...

~~~
~~ Que utopia maravilhosa, Poeta!

~~ Ser, apenas, o sentir inocente!

~~ Porém,
contrariando esta belissima hipérbole,
~~~~~ por destino misterioso, ~~~~~
~~~~~~ nascemos racionais.~~~~~~

~~~ Abraço, amigo. ~~~
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

Ana Tapadas disse...

Somo-lo certamente, na beleza estética que aqui nos deixas...

bj

Rogério G.V. Pereira disse...

O talvez a penas

Agostinho disse...

O poeta percorre uma paleta cromática de sentidos inerentes à condição humana e desinquieta-nos com o talvez. A inocência do apenas, a timidez do talvez?
Muito bom, Manuel.

Unknown disse...

Olá, Herético.
Talvez sejamos. Não sei, sinceramente.

Suzete Brainer disse...

Só sei que não és apenas poeta,
mas aquele poeta grande que nos
traz a poesia para o centro do nosso sentir...
Poema magnífico, poeta amigo.
Bravo!
beijo.

Shirley Brunelli disse...

Estou aqui a remoer silêncios enquanto degusto este lindo poema...
Beijos, heretico!

luisa disse...

Somos, talvez, incerteza. :)

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

talvez
apenas
não sei, mas sei que o poema tem tudo o que eu gosto de ler na sua poesia.

beijo

:)

lis disse...

Já dizia o outro poeta que 'somos as coisas que moram dentro de nós _ e não vemos o que vemos vemos o que somos"
_seu poema carrega nos 'paladares' todos os sabores.
Muito belo!

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