quinta-feira, setembro 26, 2013

COM TODA A CONFIANÇA...




O voto na CDU é imperativo de consciência cívica!... Num País, como Portugal, em que os valores da democracia se degradam, é indispensável fortalecer, através do voto e da participação, uma organização política que, no respeito das diversas opções individuais apela com insistência à participação e intervenção cívica dos cidadãos na defesa dos seus direitos e interesses legítimos.

O voto na CDU é imperativo de justiça social!... Num País, como Portugal, onde aumenta, de forma desbragada, o fosso entre ricos e pobres e se acentuam as desigualdades entre cidadãos e as diversas regiões do País, é fundamental reforçar uma organização política com provas dadas no combate às injustiças sociais e que tem como objectivo exclusivo servir o povo português, sobretudo, os mais fracos e desprotegidos...

O voto na CDU é imperativo de lucidez política!... Num País, como Portugal, em que a política tantas vezes se reduz a um jogo de simulações dos partidos (e às suas promessas esquecidas) ou a respostas demagógicas e oportunistas dos seus líderes, o voto na CDU é voto certeiro e útil pelo imediato e justo reflexo na acção política concreta, ao serviço do Povo e na defesa dos interesses do País, perante os desafios do tempo presente.

26-09-2013

Manuel Veiga

domingo, setembro 22, 2013

NOTÍCIAS DE BABILÓNIA XXXVIII

 
Vivem-se em Babilónia tempos bizarros...
 
Foi abolida a mentira oficial e instituídas, em seu lugar, as “incorreções factuais”!...
 
Para escrúpulo moral da Corte – e que seus negócios prosperem!...
 
Entretanto, (sabe-se agora, ouvindo-o) que Hammurabi, o legislador, tem alma de serviçal - Babilónia que se lixe!... Há que ser diligente a fazer o servicinho...
 
Os abutres persistem, escarafunchando o corpo exangue da cidade...  
.................................................................
 
E, nas escolas sem mestres, em fila, as palavras sangram...

quinta-feira, setembro 19, 2013

MEDIANEIRO DE INVISÍVEIS FIOS...


 
A tua bênção, Pai
Antes que as margens se afastem infinitamente
E o rio seja o turbilhão de lava
Frio de nada...

Calo a lágrima
E beijo a terra na ubérrima mão
Do que por ti fomos
E das lonjuras que logramos...

Na flor tatuada dos dias
E na vara do tempo onde gravamos solstícios
E os nomes
E as sombras
Entrelaço a folhagem do carvalho
Em tua fronte
Como templo...

E soletro o frio
E a amargura da Hora
E calo o peito...

E ergo-me
Medianeiro
Encruzilhada de torrentes e dos invisíveis fios
E da seiva que somos...

E evoco os caminhos
E a voz do sangue
E os passos que são
E os passos que se anunciam...

E solto tuas bênçãos
Na carne da minha carne
E no sorriso da criança com teu nome

António.

 

 

quinta-feira, setembro 12, 2013

MONIKA ou STEFAN ZWEIG REVISITADO...


 

Entre os escritores de culto, na minha juventude, Stefan Zweig, tinha lugar de referência. Os romances “Amok ou Carta a Uma Desconhecida”, “Angústia”, “Confusão de Sentimentos” ou “24 Horas na Vida de Uma Mulher” povoavam então o meu imaginário, pela descrição de ambientes, pelo recorte dos personagens e pela subtil vibração dos sentimentos, que perpassa em toda a sua obra literária, testemunho do tempo crepuscular entre as duas grandes guerras mundiais do século XX. 
Caçador de almas” como alguns estudiosos o consideram, Stefan Zweig revela grande fascínio por aqueles seres especiais que atravessam a vida com a inocência primordial dos sentidos, muitas vezes questionando a superioridade do génio face a “humana humanidade” do medíocre ou do vencido – o derrotado da vida, que, em sua redenção, atinge, um valor bem superior ao dos triunfadores.
 Como se sabe, o escritor austríaco Stefan Zweig não foi apenas novelista. Foi também ensaísta, poeta, dramaturgo, jornalista e biógrafo de grandes figuras da história da humanidade, designadamente, de Dostoievski, de Nietzsche, Maria Antonieta, Fouché, Romain Rolland, entre outros.
 Judeu, humanista, pacifista e crítico do nazi-fascismo, teve os seus livros proibidos e queimados na praça pública. Com o nazismo, Stefan Zweig foi assim obrigado a deixar a Áustria e iniciou então uma peregrinação pelo mundo, acabando por se fixar no Brasil.
 Em 1942, deprimido com o crescimento da intolerância e do autoritarismo no seu país e o triunfo na Europa da besta nazi, descrente no futuro da humanidade, Stefan Zweig escreveu uma carta de despedida e suicidou-se, em Petrópolis, com a mulher.
Agradece ao Brasil “a gentil e hospitaleira guarida” e termina a sua carta de despedida do mundo: ”Saúdo todos os meus amigos. Que lhes seja dado ver a aurora desta longa noite - eu, demasiadamente impaciente, vou-me antes”.
......................................................................................
Nestes dias crepusculares de um final de Verão, na acolhedora paisagem da instância termal que, por uns breves dias, me acolheu, saindo como uma fantasmagoria de uma qualquer página da obra de Stefan Zweig, irrompe a personagem incontornável de Monika.
 
Fora eu “caçador de almas”, ou tivera um pouco do talento do grande escritor e a Monika entraria directamente para a galeria das grandes criações. Assim, permanecerá imperecível, no anonimato da vida que escolheu e no nostálgico gesto das minhas evocações literárias.
 
E no prazer de convosco compartilhar os impressivos traços que, perante o meu olhar, esboçam o perfil festivo de Monika e o seu status nas hierarquias e nas redes do espaço social daquela instância termal.
Vestida de longas e coloridas saias, com flores pintados no rosto e fitas de papel a enfeitar-lhe o cabelo, Monika oscila entre um arlequim e uma hippie dos gloriosos anos sessenta, que certamente viveu com intensidade. Farmacêutica, cedo abandonou a profissão, mal compreendeu que os interesses da “indústria” se sobrepõem às necessidades sociais.
Austríaca por nascimento (como o meu autor) e cultivada em Viena de Áustria, vive em Portugal (no topo da serra algarvia), onde chegou perseguindo ervas medicinais e o amorrrr, como confessa com um sorriso cândido, em sua pronúncia carregada de “rrrr”...
 
Hoje, rodeada de filhos e netos... E de galinhas e ovelhas (e do “filósofo”, velho burro carregado de anos) que amorosamente alimenta e cria nos escassos hectares que cultiva por suas mãos.
 
Na época estival, desce ao vale percorrido pelas águas termais e pelas instalações hoteleiras, onde numa acanhada arrecadação instalou o “Kids Club” um pequeno “atelier” de artes performativas, para glória da pequenada e descanso de pais e de avós.
 
Ao mesmo tempo, vai mediando afinidades, que o seu olhar atento e arguto sabe descobrir entre hóspedes. Detesta arrogâncias.
 
Foi-lhe por isso penoso, quando a placidez do local foi invadida por grupo norte-americano, que o privilégio do dinheiro lhes permitiu escolher o lugar para um exuberante casamento.
 
Quiseram, porém, os benignos deuses do lugar que a sobranceria fosse castigada por uma arreliadora quebra de energia eléctrica, que manifestamente lhes estragou a festa para gozo íntimo dos indígenas preteridos na esplanada e nas piscinas do hotel e o sorridente e irónico olhar de Monika...

Monika, na singeleza das suas escolhas, representa, porventura, talvez sem o saber, a realização prática da ideia de  "vida boa" que, desde Aristóteles, os espíritos mais lúcidos perseguem. E que é a antítese do "deus-fetiche" - o dinheiro...
 
Há ainda seres assim, que planam sobre a vida. Tão reais, como se fossem ficção...
 

segunda-feira, setembro 02, 2013

NOTÍCIAS DE BABILÓNIA XXXVII


Babilónia afunda-se, dia a dia... E não apenas o barco - também a Democracia!...
 
Hammurabi, o legislador, puxa do sabre a espadeirar juízes, que lhe lembram a Constituição e a lei, a que deve obediência...
 
“Que serve à salvação do barco o luxo da Democracia?” – insinua,  em desbragada demagogia...
 
Um calafrio perpassa na praça...
..............................................................

E um velho poeta, caldeado de muitas vidas: “Se Hammurabi não serve a Lei, porquê servir o poder de Hammurabi?...  Às armas, babilónicos – revoltem-se!...”

 

 

Sem Pena ou Magoa

  Lonjuras e murmúrios de água E o cântico que se escoa pelo vale E se prolonga no eco evanescente…     Vens assim inesperada me...